Confira abaixo algumas questões de concursos e vestibulares com o verbo haver:
Questão 1 – UFMT – 2021 – Sargento Bombeiro Militar (CBM MT)
Leia parte de uma entrevista constante da matéria Dez vítimas por dia, por João Batista Jr., e responda a questão.
Para Jamila Jorge Ferrari, delegada coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher de São Paulo, denunciar o companheiro agressor é a única forma de interromper a escalada de violência que pode culminar no feminicídio.
Por que o feminicídio tem aumentado?
Há vários fatores. O feminicídio passou a ser uma agravante em 2005, então a polícia levou um tempo para fazer o registro da forma correta. Há também o fato de as mulheres terem mais coragem de denunciar e de a imprensa estar mais interessada na pauta. É um crime que existe desde sempre.
Por quê?
Ninguém começa um relacionamento dando um tapa na cara. A agressão vem em escala contínua. Os primeiros sinais ocorrem quando o companheiro sugere que a mulher não use determinada roupa, pede para ver o celular e para ela evitar certas amizades. Isso evolui para um esbarrão, tapa, soco e, em último caso, o feminicídio. Trata-se de um crime não premeditado. Em geral, é um ataque de fúria com muita crueldade.
[…]Como evitar esse crime?
Além da importância de denunciar o agressor em casos imediatos, a longo prazo esse quadro só será transformado com a educação. A Espanha reduziu os casos de feminicídio porque as escolas públicas e particulares passaram a dar aulas sobre igualdade de gênero e respeito ao próximo. Não podemos esquecer: homens machistas foram criados por mulheres machistas. O machismo não está no DNA, ele é uma construção social. Enquanto as escolas não tiverem um programa para ensinar que todos temos os mesmos direitos e importância, não haverá evolução.
(Revista Veja, Ed. 2674.)
O verbo haver, quando indica existir, ocorrer, acontecer, é usado como impessoal, ao contrário do existir que é flexionado. No texto, há exemplos como Há vários fatores. e É um crime que existe desde sempre. Sobre a concordância desses verbos, marque C para o uso correto e I para o incorreto.
( ) Mesmo com a pandemia, havia muitas pessoas na entrega dos prêmios.
( ) O prefeito garantiu que existirá mudanças na metodologia de aplicação das vacinas.
( ) Houve várias questões em pauta na reunião dos condôminos na sexta-feira passada.
( ) Não existirão mais pássaros nos céus se o homem continuar a depredar o meio ambiente.
( ) Ele afirmou taxativamente que houveram problemas sérios a serem resolvidos.
Assinale a sequência correta.
A – C, I, I, C, C
B – C, C, I, I, C
C – I, I, C, I, C
D – I, C, I, C, I
E – C, I, C, C, I
Letra E
Questão 2 – IDIB – 2022 – Gestor de Engenharia (GOINFRA)
Esperança
Já se haviam passado cinquenta horas que Guillaumet desaparecera numa travessia dos Andes, durante o inverno. Voltando do fundo da Patagônia, fui ao encontro do piloto Deley, em Mendoza. E nós dois, durante cinco dias, esquadrinhamos aquela confusão de montanhas, sem descobrir coisa alguma. Nossos dois aparelhos não bastavam. Parecia-nos que cem esquadrilhas, navegando cem anos, não acabariam de explorar aquele enorme maciço cujos picos se erguiam até sete mil metros. Havíamos perdido toda a esperança. Quando eu e Deley descemos em Santiago, os oficiais chilenos nos aconselharam a suspender as buscas.
AINT-EXUPÉRY, Antoine de, 1900-1944 Terra dos homens/ Antoine de Saint-Exupéry; tradução Rubem Braga. — 1ª Ed. especial. — Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. P. 29-30
Sobre o emprego do verbo haver em:
I. “Já se haviam passado cinquenta horas.” (1º§);
II. “Havíamos perdido toda a esperança.” (1º§);
é correto afirmar que:
A – em I, haver indica tempo; em II, é auxiliar do verbo “perdido”.
B – em I, haver exprime acontecimento; em II, é facultativo do verbo “perdido”.
C – em I, haver significa tempo decorrido; em II, é o principal do verbo “perdido”.
D – em I, haver representa tempo transcorrido; em II, é o secundário do verbo “perdido”.
E – em I e II, haver é auxiliar dos verbos “passado” e “perdido”, respectivamente.
Letra E
Questão 3 – COPEVE (UFAL) – 2007 – Auxiliar de Serviços Educacionais
Em qual período o verbo haver pode ser substituído pelo verbo fazer?
A – Houve tempo em que tudo era muito diferente.
B – Havia árvores no jardim.
C – Daqui a pouco, haverá outra aula.
D – Há esperança de aparecerem grandes novidades.
E – A aula já acabou há mais de trinta minutos.
Letra E
Questão 4 – Instituto Consulplan – 2019 – Vestibular (UNIFACIG)/Medicina/”2020.1″
Entre 2000 e 2012, 49,4% dos 172 países da Organização Mundial da Saúde (OMS) registraram quedas superiores a 10% nas taxas de suicídio. Na contramão dessa tendência, no Brasil houve um aumento de 10,4%, com crescimento significativo entre a população jovem. Estatísticas mais recentes do Ministério da Saúde indicam que as mortes autoprovocadas na faixa etária de 10 a 14 anos subiram 40% entre os meninos e 30% entre as meninas, entre 1997 e 2015. “Conflitos psíquicos, abuso de álcool e drogas, exposição à violência, além da escassez de políticas públicas integradas para a prevenção de comportamentos suicidas são algumas hipóteses para esse panorama”, analisa a antropóloga Sandra Garcia, coordenadora do Núcleo de População e Sociedade do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), que desde o ano passado pesquisa o fenômeno no Brasil.
Anualmente são registrados 1 milhão de suicídios no mundo e, para cada morte, informa Garcia, estima-se a ocorrência de pelo menos 20 tentativas sem êxito. A partir da análise de dados do Ministério da Saúde, pesquisadores do Cebrap e do Núcleo de Estudos de População “Elza Berquó” (Nepo) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificaram que, no Brasil, o suicídio foi a quarta causa de morte entre indivíduos de 15 a 29 anos, entre 2011 e 2016, com números quatro vezes superiores para os homens (9 mortes por 100 mil habitantes) em relação às mulheres (2,4 mortes por 100 mil habitantes). À exceção do grupo etário de 15 a 19 anos do Centro-Oeste, em todas as regiões do país as mulheres tentam mais vezes acabar com a vida do que os homens. “Entre meninas de 10 a 14 anos da região Nordeste a incidência de casos de automutilação chega a 39,7%”, informa Garcia.
A pesquisadora também chama a atenção para o aumento entre os indígenas. “Entre essa população, a proporção de mortes por suicídio para cada 100 mil habitantes é de 12, o dobro da média nacional (5,7)”, diz. Segundo a pesquisadora, historicamente, o Sul do Brasil registra a maior quantidade de suicídios, com 12 mortes por 100 mil habitantes ao ano. “Há 10 anos, na região Norte do país esse valor era de 7. Agora também chegou a 12 suicídios por 100 mil habitantes, crescimento que foi motivado pelo aumento do suicídio indígena”, analisa. Em relação ao panorama global, a antropóloga observa que, nos países de alta renda, a mortalidade por suicídio é 3,5 vezes maior entre os homens. Por outro lado, a incidência de ideias suicidas é maior entre as mulheres. Apesar da tendência de crescimento, no Brasil a prevalência de suicídio segue subestimada devido à baixa notificação de casos ou erros de classificação. Algumas mortes são consideradas “acidentais” ou registradas como “causa indeterminada”, seja por conta de erros de notificação ou mesmo por omissão da própria família, relata Garcia.
(Christina Queiroz. Revista Pesquisa Fapesp, Edição 280, jun. 2019. Adaptado.)
Quanto ao emprego do verbo “haver”, as regras de concordância foram plenamente observadas em “Na contramão dessa tendência, no Brasil houve um aumento de 10,4%, com crescimento significativo entre a população jovem.” O verbo “haver” foi empregado corretamente em:
A – Haviam poucas vagas a serem preenchidas.
B – Hão de existir pessoas capazes em nosso grupo.
C – Haveriam muitos anos que tal prática não acontece?
D – Houveram dois grandes embates na empresa semana passada.
Letra B